segunda-feira, 21 de junho de 2010

Reprogramação


Essa sexta-feira cheguei para o meu pai e disse: pois é, percebi que vou ter que ficar aqui morando com vocês, então vou dar (ou vamos estar dando, como diria o pessoal do telemarketing do Itaú que vive me ligando oferencendo cartão, só o diabo sabe porque, que deus tem conhecimento das minhas finanças e bem sabe que não tenho nem onde cair mortinha) um eacauchtada geral ali no meu cafofinho, primeira porta à direita do corredor. Pois cheguei nele, o mantenedor do status quo, e disse: comprei uma cama. Ele se riu da minha estupidez, constatando o óbvio ululante: eu já tinha uma cama e, digo mais, com o que tu ganha no teu estágio deve ter comprado uma bem bagaceira nas casas Bahia e que eu devia consultá-lo antes de sair gastando meu dinheiro em feijões mágicos. Eu respondi rá rá rá, meu balãozinho, nunca vi balão ter pai! não pergunto justamente porque iam sair a me dissuadir de minhas loucuras. É que ele não havia se dado conta que eu tinha é comprado uma cama de casal (rá rá rá, meu balãozinho).
Para fechar tudo, comprei um edredom novo hipofaturado (hipo mesmo, porque eu tenho grandes pretensões de elegência que não são acompanhadas de verbas, nem próprias, nem paternas). Fui lá e pedi para o meu pai uma quantia simbólica de um terço do valor do verdadeiro edrodom (porque eu bem sabia que se eu chegasse dizendo quanto iria gastar, ele me internaria) e comprei o bendito, com estampa de nomes de várias cidades do mundo, para eu poder sonhar com outros horizontes.
estourados os créditos bancários, aguardo novo recebimento para ir saltitante adquirir as fronhas combinantes, quem sabe até capinhas de almofadas, a fúria consumista nunca tem fim...

Pipoca




Pipoca, pretinha sarara rastafari suingue sangue bom, também é brasileira, nascida em Guaiba de uma cadela analfabeta e de um cachorro senhorial branco aristocrata decadente que nunca lhe assumiu.

(rindo com a vitória brasileira)

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Novas resoluções





Outro dia me peguei pensando na vida, assim, um pouquinho só, num cantinho da mente. Cheguei a conclusão de que meu ingresso em Hogwarts foi, sem dúvida, indeferido, ou, na melhor das hipóteses, a coruja se perdeu por aí, foi atropelada por um avião da Gol, vítima anônima, jazendo na floresta amazônica (pelo menos encontrou seu fim num paraíso tropical, concluí). Enfim, não creio que exista AR ou remessa controlada por GPS no que se refere às corujas. Talvez estivesse na hora de se contratar uma Fedex, Sedex ou qualquer outra boa empresa do ramo para entregar as cartas de aceitação em Hogwarts, diante da óbvia insegurança do meio escolhido. De qualquer forma, meu tempo para ingresso já passou do cabo da boa esperança e, agora, se muito, me resta fazer um supletivo em feitiçarias e encantos de todos os gêneros.

Daí, superadas todas aquelas fases de negação, barganha, ódio, tristeza e não sei mais o quê, cheguei a conclusão que tinha que mudar de objetivos. Resolvi que meu novo sonho de consumo é fazer mestrado em uma dessas universidades antigas lá do estrangeiro, com sede em castelos medievais, assim, bem Hogwarts.


Então é isso aí: mestrado em Hogwarts, botas sem salto novas (as minhas morreram de velhice de forma muito glamurosa na Europa) e um terceiro continente à sua escolha.